terça-feira, junho 18, 2013

Elogio da superficialidade

A profundidade é o fardo de uma cultura sujeita aos parâmetros da produção em série. É um aspecto da tremenda besta da especialização, ímpio aborto do modo de produção capitalista.

A cognição superficial, por outro lado, representa um modelo superior de percepção; é síntese criativa de todo o saber. As crianças são rigorosamente superficiais, e por isso muito mais audazes que as suas versões crescidas. São tão mais sábios quanto mais frívolos, porque abrangem com o olhar o maior número de fenómenos díspares.

Os que não distinguem entre matérias relevantes e irrelevantes. Aqueles para os quais não existe tal coisa como um tema profundo ou intelectualmente estimulante. Porque em qualquer merda se encontra a mais refinada jóia de conhecimento.

Anónimo

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