O gatos da biblioteca
Os gatos da biblioteca marcam as páginas com as garras.
Os gatos da biblioteca não falam, mas ouvem e lêem.
Guardam a entrada como esfinges guardam as pirâmides.
Sempre atentos aos leitores que se aproximam, com olhares pérfidos de rancor.
Não entram de dia, mas de noite invadem os arquivos sem tréguas. E revisitam todos os Antigos e discutem As Grandes Premissas.
Os gatos da biblioteca marcam as páginas com as garras.
E descortinam do que ninguém ainda descortinou, comem padrões na lírica e na poesia, rasgando pela goela a maior das metáforas. E gritam aos céus, para que os ouçam sem os perceber.
Sabem ler as entrelinhas como nenhum outro animal. E marcam as páginas com as garras.
Anónimo
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