quinta-feira, dezembro 09, 2010

Qualintéfaro e a Lagarta Esperança

Numa daquelas tardes de Outono, Qualintéfaro encontra uma lagarta que se abastece de folhas para o Inverno.
A lagarta prontamente responde a todas as suas questões:
- Sou a Lagarta Esperança. Tenho centenas de anos e nunca mudei, mas pergunto-te a ti, que gostavas que eu fosse?
- Gosto de ti assim - diz Qualintéfaro - não te imagino de outra maneira - reitera.
- Mas se eu fosse a mudar, não me preferias mais bela e capaz? Talvez voasse, talvez tivesse nas patas as cores do arco-íris.
- Não - diz o nosso amigo - prefiro-te assim, gorda, feia e feliz. Só assim evito comer-te.
- Pois te digo, em breve mudarei, e voarei para longe e nessa altura, talvez tenhas pena de nunca me teres provado.

Qualintéfaro hesita por momentos e num ápice põe a lagarta à boca e come-a.
Era de facto deliciosa! Nunca imaginou que existisse algo tão saboroso no Mundo conhecido.
Pouco tempo depois imaginou a lagarta a transformar-se numa bela borboleta que voava livremente pelos ventos do Sul e teve pena de não a ter visto assim.
É então, que, de repente, arrota e sai-lhe pela boca uma bela borboleta de cores garridas e graça divinal.
- Obrigado - diz a borboleta - Chamo-me Borboleta Esperança e se não fosses tu a comer-me teria que esperar mais umas centenas de anos para me transformar. Nunca quis mudar, mas ainda bem que me comeste.

Moral da história: Mudar é difícil, mas se não comeres, morres de fome.

Anónimo

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