Alegoria do surfista e da onda
Exercício fútil, o de pretender alterar a direcção de uma onda. Ela tem todo o inexorável poder do Mar atrás de si.
A maior parte dos banhistas está condenada a ser engolida pelas vagas e arrastada a seu bel-prazer. Despojados da determinação, conduzidos pelo violento embalar até que choquem e se despedacem contra as rochas.
Alguns, mais avisados, optaram por mergulhar a cabeça na água até que a onda passe por si. Fraca solução: atrás de uma onda vem sempre outra e não há como evitá-las todas. E de tanto nadar de costas correm o risco de dar por si perdidos no alto-mar.
Revolucionários são os surfistas: navegando a crista da onda, perceberam que não podem fazê-la recuar. Mas movem-se, por desígnio próprio, de um lado para o outro, desenhando admiráveis acrobacias.
E, eventualmente, é a própria onda que acaba por os entregar à praia...
Para além do mais, têm um bronzeado invejável.
Anónimo
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