domingo, outubro 28, 2007

Pesadelo

Esta história remonta a um tempo e/ou espaço longínquo(s) e começa aquando de um homem sem glóbulos oculares abrir as suas pálpebras e percepcionar uma realidade que já não era a sua.
Com alguns parâmetros assumidos:
a sua cegueira não ser natural;
a sua mente não ser a mesma desde o início da sua cegueira;
a realidade que observa não ser mais que aquela percepcionada por todos os da sua espécie; passo a descrever o acontecimento.

Este cego quando se depara com aquilo que percepciona com a sua nova visão comete o erro de achar que tudo parece ser muito menos do que esperava.
Comete o erro porque tudo aquilo percepciona é exactamente igual aquilo que era quando perdeu a sua visão, no entanto, e sem deixar de dar razão a este homem, é menos.
O problema aqui, observa-se, é a intenção a priori de tudo ser diferente do que era.
A verdade é que tudo é diferente daquilo que em tempos foi.
A única forma de absorver e compreender essa verdade seria deixar a intenção de parte e entender que tudo está, de facto, diferente.
O cego não o sabia, tentou mudar aquilo que já tinha sido mudado, tentou encontrar provas dessa mudança... este cego matou o homem que o curou.
As provas são irrefutáveis, mas muitas das vezes a maneira errada de resolver o problema.

"Deixei-me levar pela culpa e resolvi perder a visão novamente, tudo para poder de novo ver"

Anónimo

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