segunda-feira, maio 30, 2005

Olhando para um espelho, contemplava o corpo que lhe tinham oferecido. De longe melhor de que aquele com o qual tinha nascido, seios grandes e firmes, coxas e pernas suaves mas fortes, uma cara que mais parecia uma modelo e um cabelo moreno de invejar... Pena ser só por pouco Tempo.
Ela já se tinha conformado com o seu destino.. Trabalhar para empresas pequenas que tentam subir através de trabalhinhos sujos e sorrateiros.
Batem a porta do quarto de hotel (reparou assim que viu uma cópia dum daqueles livros religiosos na mesinha de cabeceira) . Só como um top justo e umas cuequinhas dirige-se para a porta.
Um moço de recados, agora todo atrapalhado está do outro lado da porta. Ela treme ao ver a sua vitalidade, e saboreia a inveja ao ver todos os pequenos pormenores que denunciam a sua, ainda virgem, vida.
Um dia, também ele trabalhará para uma empresa qualquer.. se tiver dinheiro..
Ele entrega-lhe um embrulho, ela passa-lhe o cartao no "wristpad" e ele volta a sua inocencia.
- Sao falsificaçoes.. Pois, já sei, entrar, ver, sair, e de volta ao cativeiro - pensa ela enquanto caminha para a varanda.
Depois de se deparar com uma distancia considerável do chao, olha para cima:
- Eu sei que voces estao a ver. E vejam bem, porque pode ser que vos escape qualquer coisa...

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